O setor têxtil na Bahia tem chance de alcançar um faturamento médio de R$ 23 bilhões anuais, caso transformasse toda a fibra de algodão produzida no estado. Seriam mais de 730 mil toneladas de tecidos por ano. Todo este potencial faz parte do “Estudo Têxtil da Bahia”, realizado pelo Observatório da Indústria FIEB, com apoio do IEMI, e apresentado no 9º Congresso Internacional da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), que acontece no Senai Cimatec, em Salvador.
Caso tivesse uma cadeia hermética, o número de empregos gerados pelo setor têxtil e de confecções no estado poderia saltar dos 23 mil para 600 mil. “A indústria de têxteis e de confeccionados zeraria a mão de obra disponível no Estado. Não à toa, quando começaram seus processos de industrialização e globalização, os países asiáticos escolheram o setor como seu principal motor de desenvolvimento”, explicou Marcelo Prado, diretor do IEMI – Inteligência de Mercado. Segundo ele, caso alcançasse esta projeção, a Bahia alavancaria em 50% o PIB da sua indústria.
Vladson Menezes, superintendente da FIEB, reiterou que o diagnóstico revela que, dentro das vantagens competitivas da Bahia, destacam-se as condições de logística, disponibilidade do algodão e a questão da resiliência das fibras naturais. A Bahia é o segundo maior produtos de algodão do país, com 1,4 milhão de toneladas. Durante o debate, foi ressaltada a necessidade de envolver o Governo do Estado, entidades e órgãos da sociedade, em diálogos com o setor, para divulgar vantagens mercadológicas e viabilizar projetos de investimentos.
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Angelo Almeida, frisou que o Governo da Bahia está empenhado em estimular a cadeia produtiva, agregando valor às matérias primas, como o algodão, o poliéster, a celulose e as diversas fibras naturais que já são exportados. “A ação de adensamento atende a uma demanda crescente da sociedade e visa atrair novos elos dessa cadeia, como fiação e tecelagem”, afirmou.
QUÍMICOS
Além dos insumos, o Estado busca expandir a produção de químicos para tinturaria e tratamentos inovadores aplicados aos tecidos, de modo a completar a cadeia de valor local. O fortalecimento da cadeia têxtil é uma estratégia para o desenvolvimento econômico sustentável da Bahia. “Assim, é evidente que o adensamento produtivo do setor têxtil baiano, é capaz de movimentar o nosso potencial econômico da maneira mais sustentável e inovadora possível”, assinalou o secretário.