A Petrobras estima investimentos da ordem de US$ 73 bilhões (R$370 bilhões) em atividades de exploração e produção e em investimento para demandas endereçadas à indústria naval e offshore, com oportunidades reais de construção no Brasil. Os projetos relacionados contemplam plataformas de petróleo, navios de apoio marítimo, embarcações de cabotagem e destinação sustentável de unidades, dentre outros. O anúncio abre a perspectiva para retomada do estaleiro Enseada do Paraguaçu, que fica localizado em Maragogipe, no Recôncavo Baiano.
Fundado em 2012 para atender as demandas do pré-sal, o estaleiro, fruto de um investimento de R$ 3 bilhões, tinha como sócios a antiga Odebrecht, OAS, UTC e pela Kawasaki Heavy Industries Ltd. A operação foi iniciada com uma carteira de encomendas de US$ 6,5 bilhões. No entanto, no início de 2015, diante da falta de encomendas, a empresa chegou a suspender as atividades, com o desligamento de quase 1,1 mil funcionários.
A retomada passa a se tornar uma grande possibilidade com os investimentos anunciados pela Petrobras, que devem passar dos R$ 20 bilhões. “As oportunidades comerciais em curso, se materializadas via conquista de novos contratos, poderão gerar centenas, ou até milhares, de novos empregos já em 2024”, afirmou o CEO do estaleiro Enseada, Ricardo Ricardi, à imprensa no final do ano passado.
Além das 14 novas plataformas de produção previstas no Planejamento Estratégico da companhia, a Petrobras anunciou estudos para contratação de outras sete, a serem instaladas após 2028 em projetos de revitalização de campos já em produção. Também foi apresentada demanda para destinação sustentável de 23 plataformas, além de estudos para construção de 16 navios para a cabotagem, sendo quatro navios petroleiros, oito navios gaseiros e quatro navios de cabotagem de médio curso.
“Com essas encomendas devidamente mapeadas e sem o prejuízo de novos anúncios adiante, vamos agora contribuir para o governo federal recriar um ambiente favorável ao investimento e fornecimento local, ajudando decisivamente para a reabilitação da indústria naval e offshore brasileira”, explicou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.