Maior refinaria de açúcar do mundo, a Al Khaleej Sugar (AKS), dos Emirados Árabes Unidos, pretende implantar um complexo industrial na Bahia com investimentos que podem passar dos US$ 6 bilhões – equivalente a R$ 34 bilhões. O projeto inclui a produção e exportação de açúcar bruto, etanol e biometanol e terá capacidade de esmagar até 14 milhões de toneladas de cana por ano. A estimativa é que possa gerar até 50 mil empregos diretos e indiretos.
O CEO da AKS, Jamal Al Ghurair, acompanhado do governador Jerônimo Rodrigues e do embaixador dos Emirados Árabes Unidos (EAU) no Brasil, Saleh Al Suwaidi, esteve ontem (21) em Brasília, onde se encontrou, no Palácio do Planalto, com o Ministro da Casa Civil, Rui Costa. Na oportunidade, apresentou as pretensões da gigante árabe, que busca expandir as operações no Brasil. A AKS pretende utilizar a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) para a logística de escoamento da produção e ressaltou a disponibilidade de recursos naturais, como as águas do Rio São Francisco, para a viabilidade do projeto. A empresa também afirmou que planeja buscar investidores brasileiros para viabilizar o empreendimento, que envolverá a combinação de três pilares: agricultura, indústria e bioenergia.
A Al Khaleej Sugar é um importante player no mercado global de açúcar, com uma vasta experiência na produção e exportação do produto, sendo um dos principais compradores de açúcar brasileiro. O projeto da empresa também dependerá de acordos com agricultores da região, que serão responsáveis por fornecer a cana-de-açúcar necessária para abastecer a futura indústria.
O governador Jerônimo Rodrigues ressaltou as vantagens competitivas da Bahia, destacando as qualidades do solo, a abundância de recursos hídricos e a infraestrutura logística para o escoamento da produção. “A Bahia tem todas as condições para abrigar esse projeto, que vai potencializar nossa capacidade produtiva e gerar muitos empregos”, afirmou.
Já o ministro Rui Costa apontou a importância das obras de infraestrutura em andamento, como a Fiol e o Porto Sul, como elementos-chave para viabilizar o escoamento da produção. Ele ainda mencionou o BNDES como possível parceiro no financiamento do projeto.