A Bahia foi o primeiro estado do Nordeste a receber o “Diálogos sobre a competitividade: Combate ao Custo Brasil”. A segunda edição de 2024 do projeto foi organizada pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Movimento Brasil Competitivo (MBC) e a Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo. O projeto no formato itinerante, idealizado pela CNI, foi realizado nesta última segunda-feira (9), na sede da FIEB, no bairro do Stiep.
Cerca de 40 empresários e parlamentares estiveram reunidos para debater as causas e o enfrentamento ao Custo Brasil, a partir do panorama de entraves e potencialidades locais. O Custo Brasil é composto pela diferença no ambiente de negócios enfrentado pelas empresas brasileiras em comparação com as empresas localizadas em países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Estudo do Movimento Brasil Competitivo de 2023 estimou que o Custo Brasil equivale a 19% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Desde o ano passado, a CNI e parceiros estratégicos realizam série de encontros estaduais para conscientizar quanto à necessidade de se reduzir o Custo Brasil. A Bahia é o primeiro estado da região Nordeste a sediar uma edição do projeto itinerante. Representando o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Carlos Henrique Passos, o vice-presidente Murilo Xavier destacou a infraestrutura como um dos maiores responsáveis pelo custo-Brasil na Bahia. “Talvez para a Bahia seja um dos mais relevantes porque nosso mercado consumidor não está aqui. Precisamos ter uma intermodalidade eficiente”, disse.
A indústria é o setor mais afetado pelo Custo Brasil, por ser o mais exposto à concorrência internacional, seja competindo com importações no mercado doméstico, seja na competição enfrentada pelas nossas exportações em outros países. Mas não é somente a base industrial prejudicada. Se você vive, trabalha, consome ou produz no Brasil, você é uma das milhares de pessoas que pagam, juntas, R$ 1,7 trilhão por ano pela ineficiência da economia brasileira. Esse valor representa o quanto as empresas brasileiras despedem a mais que as empresas de países da OCDE.
PROJETOS PRIORITÁRIOS
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) priorizou 41 projetos de redução do Custo Brasil a serem executados no período de 2023 a 2026, considerando as propostas com maior potencial de impacto e maior grau de maturidade e viabilidade. Foi formado um Grupo de Trabalho no Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (GT-CB/CNDI), composto por 17 ministérios, além do BNDES e da FINEP. O GT ficou responsável pela execução de 17 projetos e pelo monitoramento de outros 24 projetos, que já estavam sendo conduzidos em âmbito legislativo ou já estava em andamento no governo federal.