O secretário do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Uallace Moreira, fez uma apresentação, nesta segunda-feira (22), em Salvador, sobre a Nova Indústria Brasil. Ao lado do presidente Carlos Henrique Passos e dos secretários Angelo Almeida (SDE) e Davidson Magalhães (Setre), ele falou a uma plateia de empresários, atendendo a convite da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) para apresentar as linhas gerais da política do governo federal para alavancar o setor industrial.
A palestra de Uallace Moreira foi precedida de uma reunião em que se discutiu políticas nacionais e estaduais para o setor de gás natural. A reunião contou com a participação de representantes de setores da indústria mais severamente penalizados pelo custo elevado do gás natural na Bahia, dos secretários estaduais Angelo Almeida e Davidson Magalhães, além do diretor presidente da Bahiagás, Luiz Gavazza, representando a Secretaria de Infraestrutura e o superintendente da Secretaria de Planejamento, Ranieri Muricy Barreto.
Juntamente com representantes da diretoria e da superintendência da FIEB, a proposta da reunião foi discutir a necessidade de se criar condições de competitividade para setores importantes da economia baiana, como as indústrias Química e Petroquímica, a partir da redução do preço do gás natural.
O presidente da FIEB, Carlos Henrique Passos explicou que a reunião foi resultado de um trabalho que envolveu vários atores, coo FIEB, Cimatec e indústrias, como a Braskem e a Unigel, no sentido de se buscar uma solução para a questão do gás na Bahia. Ele se disse esperançoso de um futuro melhor em relação à questão do gás natural.
DESAFIOS
Uallace Moreira iniciou sua apresentação destacando o desafio que está posto para alavancar a retomada do crescimento industrial do país. “A gente enfrenta um momento muito peculiar na economia mundial, em que condições de competitividade são díspares, quando se considera todo o processo de desindustrialização que a economia brasileira passou e pelo desmonte das políticas públicas”, ressaltou.
O secretário fez uma apresentação do plano de neoindustrialização do governo federal, focado em duas dimensões: a inovação e a sustentabilidade. Ele lembrou que organizações como FMI, OCDE têm publicado estudos reconhecendo o papel estratégico que as políticas industriais passaram a ter em todo o mundo e ponderou que muitas delas trazem medidas que são muito criticadas no Brasil.
Na avaliação do secretário Uallace Moreira, “só é possível explorar novas oportunidades se houver capacidades internas construídas, que permitam internalizar e absorver conhecimentos e transferir tecnologia, fazendo inovação”. Neste sentido, ele aponta a transição energética como uma das maiores oportunidades que o Brasil tem e alertou para a necessidade de se estabelecer em paralelo as cadeiras produtivas para agregar valor a este processo.
O entendimento é de que retomar o protagonismo da indústria no Brasil é utilizá-la como um vetor de desenvolvimento econômico para gerar distribuição de renda e melhoria da qualidade de vida da população.
Na Nova Indústria Brasil a proposta é trabalhar com missões vinculadas ao Novo PAC e a programa de Transformação Ecológica. A proposta de governança envolve o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), que foi recomposto no atual governo com a participação dos ministérios e da sociedade civil.
O CNDI deverá atuar nesta Nova Política Industrial com seis missões, consideradas as metodologias mais avançada para a implementação das ações. A ideia é fortalecer cadeias produtivas que geram emprego e renda, o complexo industrial na área da saúde, a infraestrutura, a inovação e a descarbonização e tecnologias de interesse nacional.
PRINCIPAIS MISSÕES DO CNDI
Missão 1: Cadeias Agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética
Missão 2: Complexo econômico industrial da saúde resiliente para reduzir vulnerabilidade do SUS e ampliar o acesso à saúde
Missão 3: Infraestrutura, saneamento e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e o bem-estar nas cidades
Missão 4: Transformação digital da indústria para ampliar a produtividade
Missão 5: Bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas para garantir os recursos para as gerações futuras
Missão 6: Tecnologias de interesse para a soberania nacional