A Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) manifesta preocupação com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar, mais uma vez, a taxa Selic. O aumento da taxa de juros para 14,75% ao ano é, segundo a entidade, injustificável, diante do atual cenário macroeconômico, e impõe custos elevados e desnecessários ao setor produtivo e à sociedade brasileira.
“A taxa de juros real, superior a 9% ao ano, permanece entre as mais altas do mundo, mesmo com a inflação acumulada em 12 meses em 5,48%, já em trajetória de desaceleração. O aperto monetário prolongado se mostra descolado da realidade fiscal e das expectativas inflacionárias, e contribui para a estagnação dos investimentos, o encarecimento do crédito e o enfraquecimento da atividade econômica — especialmente na indústria, que já enfrenta severas restrições de competitividade”, cita a nota
Para a Fieb, é incompreensível que, mesmo com o Governo Central encerrando 2024 com déficit primário de apenas 0,09% do PIB — dentro da meta e evidenciando um compromisso fiscal —, o Banco Central siga insistindo em uma postura excessivamente conservadora. A melhoria das contas públicas deveria, segundo a entidade, ser interpretada como um espaço legítimo para flexibilização da política monetária, mas não tem sido assim.
O contraste com as decisões de outros bancos centrais é gritante, conforme a Federação. “O Federal Reserve dos EUA optou por manter juros entre 4,25% e 4,50% ao ano, e o Banco Central Europeu já iniciou cortes, reduzindo sua taxa básica para 2,40%. Em vez de acompanhar o movimento global de estímulo à atividade produtiva, o Brasil persiste em uma estratégia que penaliza o investimento, sufoca a geração de empregos e reduz o poder de compra das famílias”, destaca.
A Fieb reiterou que a elevação dessa taxa de juros é um entrave ao desenvolvimento econômico e exige uma resposta urgente. É imperativo que o Banco Central promova uma inflexão responsável na política monetária, iniciando de forma imediata e gradual a redução da Selic. A coordenação entre política fiscal responsável e juros mais realistas é o caminho necessário para destravar o crescimento, resgatar a confiança do setor produtivo e ampliar as oportunidades de geração de emprego e renda no país.