FIEB avalia que elevação dos juros pelo Banco Central reduzem o crescimento da indústria

Redação
20/03/2025 12:00
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A Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) considera que a elevação da taxa Selic para atuais 14,25%, pelo Comitê de Política Monetária (Copom), representa um aperto monetário excessivo, que dificulta a recuperação econômica e impõe desafios adicionais ao setor produtivo. Em nota, a entidade afirmou que o patamar elevado da taxa de juros desestimula investimentos, reduz a competitividade da indústria e impacta negativamente a geração de emprego e renda. A taxa de juros real no Brasil, acima de 9% ao ano, permanece entre as mais altas do mundo, em um cenário no qual a inflação acumulada em 12 meses está em 5,06%, levemente acima do teto da meta.

Os dados fiscais recentes reforçam a necessidade de uma reavaliação da política monetária. O Governo Central por meio do Tesouro Nacional, fechou 2024 com um déficit primário de 0,09% do PIB, cumprindo a meta fiscal para o ano, dentro do limite do resultado negativo de até 0,25% do PIB, o que demonstra um controle fiscal mais eficiente. Esses dados destacam o compromisso do Governo Federal com o equilíbrio das contas públicas, o que contribui para a queda das expectativas de inflação e reduz a necessidade de taxas de juros elevadas para o controle inflacionário, criando condições para um ciclo de crescimento sustentável.

Enquanto o Brasil mantém uma política monetária restritiva, bancos centrais de países desenvolvidos adotam estratégias mais equilibradas. O Federal Reserve manteve suas taxas de juros inalteradas em 4,25%-4,50% ao ano e o Banco Central Europeu iniciou um movimento consistente de redução chegando em atuais 2,65%, reconhecendo a necessidade de estimular o crescimento econômico. Esse contraste evidencia o impacto negativo da alta taxa Selic no Brasil sobre a atividade produtiva, o mercado de trabalho e o poder de compra da população.

A FIEB reforça a necessidade de uma reavaliação da política monetária, com o início de um processo gradual de redução da Selic, de forma coordenada com o ajuste fiscal. Uma política de juros mais equilibrada, aliada a um compromisso firme com a responsabilidade fiscal, é essencial para impulsionar os investimentos, fortalecer a competitividade da indústria e enfrentar os desafios socioeconômicos do país.