Fieb alerta para os impactos do tarifaço de Trump na indústria baiana

Redação
11/07/2025 12:00
A Veracel é uma das maiores produtoras de celulose da Bahia – Foto: Divulgação

A Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) recebeu com preocupação o anúncio de elevação das tarifas incidentes sobre os produtos brasileiros pelos Estados Unidos a partir de 1º de agosto. Alinhada à posição manifestada pela Confederação Nacional da Indústria, a instituição baiana enfatiza a urgência no enfrentamento da questão, reforçando a necessidade de intensificar as negociações e o diálogo para superar as divergências e construir soluções capazes de reverter essa situação. Na indústria baiana, a medida pode afetar segmentos como os de celulose e de petroquímica, bem como a exportação de produtos como manteiga e líquor de cacau e pneus, dentre outros, que fazem parte da cadeia regional.

Os Estados Unidos são hoje o terceiro destino das exportações baianas, e, no primeiro semestre deste ano, o volume exportado ao País representou 8,3% do total, com um montante de US$ 440 milhões. A indústria é o principal exportador da Bahia para o mercado americano, com cerca de US$ 399 milhões, o equivalente a 90,6% dessas vendas.

De acordo com a Fieb, caso a elevação tarifária seja mantida, a celulose tradicional será um dos principais produtos afetados, responsável por 16,2% das vendas baianas para esse mercado, com US$ 71,4 milhões no primeiro semestre, valor equivalente a cerca de 12% das exportações do setor. Manteiga e líquor de cacau também são relevantes, representando 10,7% das vendas do estado para esse mercado e cerca de 24% das exportações do segmento. A celulose solúvel, com US$ 46,7 milhões, vem logo em seguida e destina 24% de suas exportações para os Estados Unidos. Também os pneus têm participação relevante, já que 34% de suas exportações vão para esse destino, num total de US$ 40 milhões no primeiro semestre, o que equivale a 9,1% das exportações baianas para lá.

Na petroquímica baiana, produtos como benzeno, isopreno e paraxileno são exportados exclusivamente para os Estados Unidos. Outros produtos, como o ácido acrílico, têm mais de 60% de suas exportações destinadas a esse mercado. Embora individualmente não esteja entre os cinco principais produtos para lá exportados, o setor tem cerca de 25% de suas exportações enviadas a essa economia. Ademais, o setor fornece insumos para segmentos que devem experimentar uma retração nas vendas para os EUA.