Exportações de cacau da Bahia atingem R$ 1,6 bilhão no primeiro semestre

Redação
08/07/2025 12:00

Maior produtora de cacau e principal exportador de seus derivados no Brasil, a Bahia registrou um crescimento expressivo de 41,32% nas vendas ao exterior no primeiro semestre de 2025, em comparação ao mesmo período do ano anterior. O estado alcançou US$ 303 milhões de dólares (Mais de R$ 1,6 bilhões) na exportação do produtos e derivados nos seis primeiros meses do ano, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Econômico.

“Com políticas assertivas, novas tecnologias de produção e de controle fitossanitário, o setor tem alcançado altos níveis de competitividade e reconhecimento internacional. Mais do que um alimento querido em todas as partes do planeta, o chocolate baiano é sinônimo de tradição, inovação e desenvolvimento econômico e sustentável”, afirmou o secretário da Agricultura da Bahia, Pablo Barrozo.

Chocolate

Com reconhecimento crescente, o chocolate produzido na Bahia vem conquistando prêmios nacionais e internacionais. Em 2024, marcas do Consórcio Cabruca, que reúne produtores de chocolates do Sul da Bahia, conquistaram 15 medalhas na Academy of Chocolate (Londres), mais importante premiação mundial do setor.

O cacau se reinventa com inovação tecnológica, padrões de qualidade, cooperativismo e olhar estratégico para o mercado internacional. E quem vivencia essa virada de página é o produtor Fausto Pinheiro que cresceu entre as lavouras na cidade de Ilhéus, tanto viu o pai viver os tempos dourados, como o tempo das adversidades. Agora ele preside a Câmara Setorial do Cacau, representando milhares de famílias que transformaram o trabalho da terra em chocolate que encanta o mundo.

“Hoje, a Bahia é o único lugar do mundo onde temos uma cadeia produtiva completa, da planta à barra de chocolate, passando por produção, beneficiamento e indústria. Isso só foi possível graças aos investimentos em tecnologia, na diversificação das culturas e ao aprimoramento genético das nossas plantas”, ressaltou o produtor.

Responsável pela Fazenda São Rafael, Fausto ressaltou ainda que essa evolução fez com que o estado deixasse de ser apenas fornecedor de matéria-prima, agregando alto valor com o chocolate e o Nibs 100% de Cacau, com selos de origem e qualidade. “Estamos entendendo melhor o mercado internacional, vendendo em momentos mais estratégicos e diretamente para a indústria, o que garante melhor retorno para os produtores. Temos hoje mais de 120 marcas atuando no estado, entre pequenas indústrias, cooperativas e empreendimentos familiares”, completou.

Essa excelência tem impulsionado as exportações, países como Argentina, Estados Unidos, Chile e Holanda, estão entre os principais destinos do cacau e seus derivados, levando o sabor da Bahia para as prateleiras e confeitarias mais exigentes do planeta.

Bahia harmoniza técnicas ancestrais com modernidade

Com sistema Cabruca e Orgânico, no sul do estado, os produtores revitalizaram lavouras após a crise da vassoura-de-bruxa na década de 90. O uso  de adubos orgânicos e controle biológico, alcançaram frutos finos e aromáticos, base para chocolates 100% orgânicos.

Já no Oeste baiano, produtores executam projetos que apostam em alta densidade (1.600 árvores/hectare), irrigação e clones selecionados para produtividades de até 3.000 kg/há, dez vezes acima da média nacional.

“Da cabruca às fazendas high-tech, da fermentação artesanal aos prêmios internacionais, o estado pratica um modelo único onde volume e qualidade coexistem. Com investimentos em tecnologia e sustentabilidade, a cacauicultura baiana não apenas enfrenta crises, mas as transforma em oportunidades para consolidar o Brasil como potência do setor”, completou o diretor de Desenvolvimento da Agricultura da Seagri, Assis Pinheiro Filho.