De acordo com dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), a expectativa é que a curva de crescimento do e-commerce seja mantida nos próximos quatro anos. Olhando especificamente para 2024, a previsão é de que o faturamento das vendas on-line seja de R$ 205,11 bilhões. Comparado com a previsão de vendas para 2023, a cifra representa um aumento de 10,45%.
O ticket médio por comprador, por sua vez, deve girar em torno de R$ 490,00 ao passo que o número de pedidos pode totalizar 418,6 milhões. Toda essa demanda deve ocorrer por conta de um aumento na quantidade de clientes realizando compras digitais, chegando à marca de 91 milhões de consumidores.
Segundo a consultora de e-commerce da Maya Comércio e porta-voz da Le Casa Home & Decor, Rejane Pinheiro, a pandemia produziu um cenário que obrigou as pessoas, ainda que resistissem a realizar compras on-line, a testar de fato a confiabilidade dos sites. Ela ressalta ainda que, diante disso, “houve o aumento da aceitação e, principalmente, da familiaridade do brasileiro em utilizar este tipo de negócio, resultando na alta demanda dos serviços de e-commerce – como deliverys de comida, transporte por aplicativo, marketplaces de utilidade doméstica, entre outros”.
“Há décadas o e-commerce é um dos setores brasileiros que mais cresce. Portanto, já era de se esperar que o consumidor que veio para o varejo on-line permanecesse e comprasse outra vez. Este comportamento se manteve, embora o boom de compras que alguns setores vivenciaram não tenha sido mantido pela natural desaceleração do ritmo de vendas no período pós-pandemia,” explica Pinheiro.
E a tendência é que o setor cresça ainda mais nos próximos anos. De acordo com a pesquisa E-commerce Trends 2024, realizada pela Octadesk em parceria com o Opinion Box, 54% dos consumidores entrevistados pretendem aumentar a frequência de compras pela internet nos próximos 12 meses. Seis entre dez (62%) dos respondentes dizem fazer de duas a cinco compras on-line por mês, enquanto 85% dos brasileiros fazem pelo menos uma compra por mês na internet.
“Hoje posso afirmar que o cenário permanece convidativo, já que os novos compradores virtuais devem chegar a mais de 107 milhões até 2028. Para aproveitá-los, é preciso oferecer um diferencial competitivo diante da concorrência. Um desafio que pode ser ainda maior para pequenos e médios negócios”, avalia a consultora.
O levantamento mostra ainda que 57% dos participantes citam a praticidade de comprar sem sair de casa como seu ponto favorito do e-commerce e 56% comentam sobre as promoções que só existem on-line. Para 58% dos respondentes, o consumo digital ajuda a conseguir preços mais baixos em comparação às lojas físicas. “Considerando que já estamos no fim do primeiro semestre, consigo dizer que 2024 já superou o volume de venda em relação ao mesmo período no ano passado”, destaca.
Na hora de comprar, os brasileiros também têm suas preferências: 63% dos entrevistados preferem fazer compras em lojas virtuais, enquanto 60% são adeptos a consumir em marketplaces e 49% preferem aplicativos da própria marca. “Vencer os desafios do e-commerce e ter rentabilidade são metas de todos, mas, para o pequeno e médio empreendedor, esses desafios se intensificam. Logo, é imprescindível planejar o que de fato será vital para garantir o seu sucesso”, conclui Pinheiro.