Bahia quer avançar na industrialização do algodão e se tornar polo têxtil

Redação
08/10/2025 12:00
Foto Reprodução GovBa – Divulgação Ascom Seagri

Segundo maior produtor de algodão do Brasil, a Bahia quer verticalizar a cadeia da cotonicultura, com foco em transformar a fibra bruta em produtos industrializados. Este ano, o estado deve colher cerca de 1,86 milhão de toneladas da fibra, o que representa um crescimento de 5,4% em relação a 2024, segundo a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa). Mas, a produção ainda é enviada para outros centros para ser beneficiada, sobretudo para fora do país.

O setor produtivo e as instâncias governamentais estão buscando criar alternativas para gerar mais valor à produção local e fortalecer o desenvolvimento regional. A Bahia é responsável por 19,6% de toda a safra nacional, atrás apenas de Mato Grosso.

“A certificação técnica torna-se um diferencial competitivo. Indústrias que buscam matéria-prima padronizada encontram na Bahia não apenas volume de produção, mas também garantia da qualidade das fibras. Esse ambiente favorável é o que pode transformar o estado em polo têxtil, retendo no território baiano o valor agregado que hoje migra para outras regiões”, afirmou o secretário da Agricultura da Bahia, Pablo Barrozo

Manter o beneficiamento no estado pode gerar empregos e renda, segundo o diretor de desenvolvimento agrícola da Seagri, Assis Pinheiro Filho. Ele explica que o algodão é uma realidade, com potencial para se firmar como um dos eixos centrais do desenvolvimento econômico. “Ao manter o beneficiamento no território baiano, abre-se espaço para a instalação de tecelagens e indústrias, ampliando a geração de empregos, fortalecendo a renda e aumentando a competitividade do setor”.

Atualmente, grande parte do algodão colhido é enviada para outros estados e países, o que representa uma perda de oportunidades econômicas locais. “Consolidar essa etapa dentro do território baiano é uma estratégia para posicionar o estado como polo têxtil nacional”, pontua Assis.

No Oeste baiano, principal polo de cultivo, o uso racional da irrigação tem garantido altos índices de produtividade e impulsionado a expansão das áreas plantadas, consolidando a cotonicultura como uma das forças do agronegócio estadual. “O algodão é um dos pilares do agronegócio nacional, e nós, produtores, temos desempenhado um papel importante nesse avanço. Esse desempenho é fruto de tecnologia, capacitação e infraestrutura, que tornam nossa produção mais competitiva”, afirma Rafael Zacarias, diretor de produção da Fazenda São Francisco, em Riachão das Neves.