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Bahia é beneficiada com nova lei de incentivo à produção de combustíveis sustentáveis

Redação
09/10/2024 12:00
Foto: Ricardo Stuckert PR

O presidente Lula assinou, nesta última terça-feira (8), a Lei Combustível do Futuro, que incentiva a produção e uso de combustíveis sustentáveis. Ela cria programas nacionais de diesel verde, de combustível sustentável para aviação e de biometano, além de aumentar a mistura de etanol e de biodiesel à gasolina e ao diesel, respectivamente. A iniciativa beneficia a Bahia, que está prestes a receber investimentos bilionários no setor, com a implantação de uma biorrefinaria da Acelen de combustíveis renováveis, inclusive para aviação (SAF), e outras quatro biorrefinarias de etanol.

A lei institui três programas para incentivar a pesquisa, a produção, a comercialização e o uso de biocombustíveis, com o objetivo de promover a descarbonização da matriz de transportes e de mobilidade. O primeiro deles é o Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação (ProBioQAV). Esse programa estabelece que a partir de 2027, os operadores aéreos serão obrigados a reduzir as emissões de gases do efeito estufa nos voos domésticos por meio do uso do combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês). As metas começam com 1% de redução e crescem gradativamente até atingir 10% em 2037.

Já o Programa Nacional de Diesel Verde (PNDV) prevê que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) estabeleça, a cada ano, a quantidade mínima, em volume, de diesel verde a ser adicionado ao diesel de origem fóssil. Por fim, o Programa Nacional de Descarbonização do Produtor e Importador de Gás Natural e de Incentivo ao Biometano tem como objetivo estimular a pesquisa, a produção, a comercialização e o uso do biometano e do biogás na matriz energética brasileira.

Biocombustíveis

Biocombustíveis são derivados de biomassa renovável que podem substituir, parcial ou totalmente, combustíveis derivados de petróleo e gás natural em motores a combustão ou em outro tipo de geração de energia. Os dois principais biocombustíveis líquidos usados no Brasil são o etanol obtido a partir de cana-de-açúcar e, em escala crescente, o biodiesel, que é produzido a partir de óleos vegetais ou de gorduras animais e adicionado ao diesel de petróleo em proporções variáveis.

A biorrefinaria da Acelen ficará ao lado da Refinaria de Mataripe – Foto: Divulgação

No caso da Biorrefinaria da Acelen, cujo investimento pode passar dos R$ 15 bilhões, a aposta será a Macaúba, para a produção de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), diesel verde (HVO, em inglês), energia térmica e outros coprodutos de alto valor agregado. Espera-se somente no agro baiano a criação de 90 mil empregos diretos e indiretos e a geração anual de R$ 7,4 bilhões de renda para as populações envolvidas.

Etanol

De acordo com o texto, a margem de mistura de etanol à gasolina passará a ser de 22% a 27%, podendo chegar a 35%. Atualmente, a mistura pode chegar a 27,5%, sendo, no mínimo, 18% de etanol. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou os investimentos que serão feitos na produção de etanol a partir da nova lei. “Vamos aumentar a mistura do etanol na gasolina. Estamos fortalecendo a cadeia do etanol criada há 40 anos, impulsionada nos anos 2000 com os veículos flex. Poderemos saltar do E27 até 35% de etanol na mistura. Isso vai expandir a produção nacional, que hoje é de 35 bilhões de litros, para 50 bilhões de litros por ano. São mais de R$ 40 bilhões em novos investimentos e R$ 25 bilhões para formação de canaviais, de mais milharais e transportes. É a segunda geração do etanol”, disse.

O anúncio da instalação de pelo menos quatro novas biorrefinarias na Bahia devem tornar o estado autossuficiente na produção de etanol. Somente as duas plantas já anunciadas, que representam investimentos da mais de R$ 2 bilhões, devem somar, inicialmente, uma produção de cerca de 720 milhões litros/ano, o que já supera a demanda baiana pelo combustível.